Téo Mascarenhas - Estado de Minas
Publicação: 02/09/2010 18:57
Na geometria, três pontos determinam um plano, da mesma forma que a maioria dos aviões usa essa definição matemática e se apoia em três rodas para pousos e decolagens. Com os triciclos, que rodam pelas ruas e estradas, entretanto, a receita tem outras particularidades. Também oferecem lazer e diversão, além do transporte e da pura sensação de pilotar uma motocicleta, sem precisar de equilíbrio, como no modelo Sport R-3 Top, produzido pela empresa mineira Casa do Triciclo, estabelecida em Belo Horizonte, que iniciou suas atividades quase por acaso.

A história começou em 2002, quando Welington Melo Campos fabricou artesanalmente, para seu uso, um triciclo, que, depois de várias e insistentes propostas, foi vendido. Um novo modelo foi produzido e também comercializado. Com o interesse, Welington transformou o hobby em negócio, fabricando atualmente, em série, cerca de 30 unidades por ano, em 10 versões diferentes, que vão da top à básica, conforme a preferência do consumidor, que, porém, tem que entrar em uma fila de cerca de três meses em função da elevada procura.

CARACTERÍSTICAS O valor final pode oscilar em função dos equipamentos e acessórios que o cliente deseja agregar. A versão Sport R-3 Top tem quadro em aço tubular, com desenvolvimento próprio, e grande distância entre-eixos, de três metros, com garfo bastante alongado. Essa característica impede que o Sport R-3 Top empine nas arrancadas. A suspensão traseira é a mesma da Kombi, com barra de torção, facão e amortecedores, mas pode ser mais sofisticada e independente, dependendo do tipo de motor, da caixa de marchas e da exigência do cliente. A suspensão dianteira tem molas e amortecedores em sistema de paralelogramo.

O motor do Sport R-3 Top é um 2.0 AP da Volkswagem, com refrigeração líquida, injeção eletrônica e radiador deslocado para a lateral, que fornece 114cv, embora possa também ser equipado com motores AP 1.6 e AP 1.8. O câmbio tem quatro marchas para frente e mais uma ré, da Brasilia, mas tem a opção de outro com cinco marchas. Os freios são a disco, auxiliados por sistema hidrovácuo, somente nas rodas traseiras, que têm aros em liga leve de 10 polegadas e pneus esportivos Toyo. A roda dianteira, de moto, tem aro de 17 polegadas. O tanque, com posição semelhante ao de uma moto, comporta 27 litros e, assim como a carenagem, é de fibra de vidro.

ANDANDO O visual impressiona e chama mais a atenção do que uma banda marcial, com muitos cromados e motor à mostra. A posição de pilotagem é parecida com a de uma moto, já que tem guidão. É preciso licença de motocicleta, uso de capacete e o piloto fica de cara para o vento, mas as semelhanças param por aí. Acelerador e freio ficam por conta do pé direito e a embreagem com o esquerdo, além da alavanca de câmbio na mão direita, exatamente como em um carro. Os bancos, tipo concha, para piloto e passageiro, têm regulagem de profundidade e de encosto. Comodamente instalado, o piloto pode ter ainda a mordomia de som, faróis auxiliares, quadro de instrumentos completo e porta-malas tipo bauleto. O freio é sensível e eficiente e foi suprimido da dianteira, uma vez que comprometeria o equilíbrio quando acionado em curvas.